A Polícia Militar tomou ontem uma medida dura contra acusados de participar da greve decretada na noite de quinta-feira por policiais e bombeiros. No total, 151 PMs do batalhão de Volta Redonda, o 28º BPM, no Sul Fluminense, foram transferidos para quatro unidades na Baixada Fluminense. Embora evite falar em castigo, o porta-voz da corporação, coronel Frederico Caldas, diz que a decisão foi tomada para combater o movimento.
– São movimentações previstas no regulamento – disse o oficial. – Somos funcionários públicos e estamos sujeitos a esse tipo de movimentação. Mas, em relação a Volta Redonda, estamos tratando de uma excepcionalidade. Nós não trabalhamos com a ideia de castigo. Trata-se de uma intervenção num local onde houve mais problemas. Mas, indiscutivelmente, é uma medida dura para debelar e enfraquecer esse movimento. E pode ser levada a outros batalhões se for preciso. Mas essa é uma decisão que ainda está sendo analisada.
A transferência dos 151 PMs foi feita ontem, às 8h, pelo Batalhão de Choque. Eles foram levados para o 15º BPM (Cidade Duque de Caxias), o 20º BPM ( Mesquita), o 24º BPM (Queimados) e o 39º BPM (Belford Roxo).
Além dessa medida, outros 31 policiais do 28º BPM que não foram transferidos tiveram suas carteiras e armas recolhidas. Eles responderão a processo no Conselho Disciplinar e poderão até ser excluídos da corporação. Até que o processo seja concluído, esses policiais só farão trabalhos internos.
Cerca de 60 policiais do Bope vão continuar no 28 BPM, para substituir temporariamente os 151 PMs transferidos, garantindo a ordem pública e a segurança na região.
O 28º BPM, que originalmente tem 600 PMs, é responsável pelo policiamento ostensivo não só em Volta Redonda, como em Barra Mansa e Pinheiral. O comandante do 28º BPM, tenente-coronel Igor Magalhães, permanece no batalhão. Ele alega que não está autorizado pelo comando geral a dar entrevistas. O oficial disse apenas que 30% do efetivo está responsável pelo policiamento nos três municípios.
Na capital, 162 guarda-vidas punidos administrativamente (ou seja, que ficaram detidos nos quartéis) trabalharam ontem normalmente, segundo informou o Corpo de Bombeiros. Além disso, mais um bombeiro, líder do movimento grevista, foi preso ontem. Com isso, subiu para dez o número de integrantes da corporação presos por estarem à frente do movimento, incluindo o cabo Benevenuto Daciolo, detido na noite de quinta-feira. Ainda há dois mandados de prisão a serem cumpridos.
Desde que a greve foi decretada, 17 PMs (dez considerados líderes da greve) também foram presos.
Fonte: Yahoo