Moradores de Duque de Caxias começam a sexta contando os prejuízos

Moradores de Xerém amanheceram, nesta sexta-feira (4), contabilizando os prejuízos da tragédia que atingiu a região, na madrugada da ultima quinta-feira (3). Além do dano material, a maioria disse que a luta agora será para se refazer do susto e dos momentos de horror que viveram naquela madrugada.

Moradora do bairro há cerca de 20 anos, Elaine da Silva Nascimento, de 31 anos, passou por situação parecida há apenas 3 anos, durante, uma enchente de menor proporção. Como sua casa era muito próxima ao rio Capivari ela perdeu tudo que tinha, eletrodomésticos, móveis dentro de casa. “ Como tenho três filhos preferi não arriscar passar por situação parecida e sai daquele imóvel para morar em uma outra casa”, disse Elaine que foi morar em outra residência na mesma rua.

Desta vez os danos de Elaine foram maiores. Com a enchente desta quinta-feira além dos móveis e de tudo que tinha, ela perdeu a casa, que foi levada pela força das águas. “ Deu um estrondo enorme e nós (ela e o marido) acordamos. O meu filho mais velho gritou desesperado e o colchão do mais novo já estava boiando na água. Não deu tempo de pegar nada. Nem documentos, nem roupas. Saímos de casa com a roupa que estávamos”, completou Elaine, que ainda teve um ferimento na testa tentando resgatar vizinhos que gritavam por socorro. Segundo ela, agora é trabalhar para reconstruir tudo. Para Elaine, o mais importante é que todos estão vivos. A dona de casa tem um filho de 15, que a ajudou no socorro aos vizinhos, outro de 12, e a menor tem 10 anos.





Mudança
Grávida de 5 meses e meio, Gabriela Vieira França Cesquet, de 20 anos, disse que não pretende morar mais no local. “O bem material a gente compra de novo, mas a vida não. Enquanto tem vida há esperança. Agora que vou ser mãe não quero correr o risco de passar por outro susto desse tipo”, contou a jovem que vai alugar outra casa em uma área sem morro e sem rio por perto.

Pastor salva a mãe

O pastor José Maurício Musser, de 45 anos, viveu em Friburgo, na região serrana do Rio nos últimos 12 anos. Durante este tempo sofreu danos com as enchentes que ocorreram na cidade, mas agora mora em Xerém há três meses e viu sua casa ser alagada. José Maurício perdeu tudo que tinha dentro da residência. “A água chegou igual a uma onda. Nunca vi nada parecido. Ouvi as pessoas gritando e fui olhar o que era. Quando desci a escada a água já tinha arrastado os cilindros de oxigênio da minha mãe, disse. A mãe do pastor tem 67 anos e sofre de câncer, por isso utiliza um equipamento com cilindros de oxigênio. “ Não vejo condições para a minha mãe ter sido salva, a não ser pela mão de Deus”, completou.

Segundo o pastor, tudo que tinha vida foi salvo. Ele conseguiu resgatar os 3 filhos, a mãe e um cachorro de estimação, que foi levado para o segundo andar da casa.

Defesa Civil
Segundo a defesa civil municipal as vítimas da tragédia estão recebendo as doações de colchonetes, cestas básicas e água. As doações estão sendo recebidas em 6 abrigos e em 1 ponto de apoio da região.

Fonte:G1





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