Moeda saracura é real para morador de Duque de Caxias

Criada em setembro de 2011, para estimular a geração de renda e incentivar o desenvolvimento econômico da região, a nova moeda saracura já é real para os 120 mil habitantes de Saracuruna, segundo distrito de Duque de Caxias. O banco comunitário, que funciona na Praça de Saracuruna, já tem uma carteira com cerca de 500 clientes na com R$ 15 mil em moedas de 0,35; 0,50; 1, 2, 5, 10, 20 e 50 saracuras.

O banco realiza cerca de 30 transações por mês, e a inadimplência é muito pequena, em torno de 2%. “A maior adesão, em torno de 80%, é de comerciantes de regiões pobres, na periferia”, conta o presidente da Associação para o Desenvolvimento Solidário, que administra o Banco Comunitário Saracuruna, Júlio Cesar Miguel, 64 anos.

Ele explica que o projeto, atrelado à economia solidária, visa o auxílio direto entre as pessoas da mesma comunidade e não o lucro pelo lucro, como na economia convencional. Júlio Cesar Miguel é um dos mais entusiasmados com o projeto. Segundo ele, a moeda própria já é aceita em 78 estabelecimentos comerciais, que oferecem entre 5% e 10% de descontos na compra de produtos.

Júlio Cesar Miguel explica que qualquer morador na região pode pegar emprestado até 50 saracuras e pagar sem juros, no prazo de 30 dias. Já o setor produtivo — costureiras, artesãos e outros profissionais — mesmo que estejam na informalidade, podem obter até 400 saracuras ou reais, desde que comprovem ao conselho do banco comunitário, formado por moradores, que terão condições de pagar o empréstimo.





A medida é uma parceria da Incubadora de Empreendimentos em Economia Solidária da Universidade Federal Fluminense e a concessionária de energia Ampla.

Comércio aprova moeda
Dono de uma confecção de roupas na Rua Uruguaiana, Denilson Jacinto do Nascimento, 58, foi pioneiro no projeto. Ele oferece desconto de 10% em qualquer tipo de produto comprado com a saracura. “A moeda estimula o crescimento do comércio de Saracuruna”, diz.

Para Sebastião Carlos de Moraes, 47, dono de papelaria na Avenida Presidente Roosevelt, que dá desconto de 5% no pagamento com a saracura, o dinheiro social ajuda a reduzir a evasão de renda.
Outro entusiasta da moeda é Aluízio de Farias, 76, que já está faturando em saracura. Ele trabalha como garoto propaganda do banco comunitário usando uma bicicleta.

Artesã investiu em ateliê
Aneilda dos Santos, 59 anos, diz que a saracura mudou sua vida para melhor. Ela confecciona bolsas de zipper e outras peças e pode ampliar seu negócio. “Peguei 900 saracuras em dois empréstimos para incrementar o meu ateliê. Estou muito feliz”.

A dona de casa Maria Angélica de Jesus, de 67 anos, esteve quarta-feira no guichê do Banco Saracuruna. Foi em busca de informações sobre a moeda social. “Disseram que eu posso ter um bom desconto na compra com a saracura”, justificou Maria.

Fonte: O Dia





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