Duque de Caxias receberá R$ 30 milhões para recuperar estragos da chuva

O município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, devastado pelas fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro na semana passada, receberá R$ 30 milhões do Governo Federal para ações emergenciais de recuperação da cidade.

Segundo o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, já foi acertado com o Ministério da Integração Nacional o decreto que autoriza a liberação da verba: “Já saiu o decreto emergencial e fechamos em R$ 30 milhões”, declarou o prefeito.

A assessoria de comunicação do ministério diz que ainda aguarda que os municípios solicitem a verba. Segundo a assessoria, é necessária a solicitação formal da Prefeitura de Duque de Caxias para que os recursos sejam liberados, através de decreto a ser assinado pela presidente Dilma Rousseff.

Os recursos serão utilizados para reconstrução de pontes e vias, além de custear o pagamento de aluguel social para os desabrigados. De acordo com o prefeito, o aluguel social foi avaliado em R$ 500.

Demolição de 10 casas
Ontem, foi iniciada a demolição de casas condenadas pela Defesa Civil em Xerém, distrito de Duque de Caxias. De acordo com o prefeito, dez casas já foram demolidas até a tarde desta segunda-feira e outras 30 devem ser derrubadas até sexta-feira (11).

Das casas que serão demolidas às margens do Rio Capivari, próximo à ponte que caiu durante o temporal, cinco são da mesma família. No total, 25 parentes ficaram desabrigados.

O motorista de caminhão Alexandre Gomes, de 39 anos, morava, com a mulher e três filhos, numa das casas condenadas. “Quase morri. Foi minha irmã que me acordou”, contou ele, lembrando da madrugada da última quinta-feira (3), quando a chuva destruiu a residência.

Desolado, Alexandre não sabe o que fazer. “Agora é esperar as ações sociais que a administração pública vem prometendo”, disse o morador.

Na Rua Alberto, onde as casas ficam às margens do rio, não há sinais do asfalto que cobria a via. Equipes da Light realizam o trabalho de desligamento do serviço para que as demolições sejam realizadas com segurança.





300 famílias em risco
A presidente do Instituto estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, revelou que 80 famílias que moram em áreas de risco já foram cadastradas pelo Estado para serem incluídas no programa de reassentamento. A Prefeitura de Duque de Caxias estima que esse número chegue a 150.

De acordo com Marilene Ramos, a ideia é que cerca de 300 famílias em situação de risco sejam reassentadas futuramente, mas não especificou o prazo para o cumprimento dessa meta. “A única forma de dar segurança a essas pessoas é retirar das áreas de risco”, afirmou Marilena.

Casas condenadas
No último domingo (6), moradores da localidade enfrentaram fila para conseguirem uma vistoria da Defesa Civil em suas residências.

Para se proteger da poeira, que acumulou nas ruas, moradores utilizam máscaras. Mas, diante do perigo de contaminação e da falta de abastecimento, em decorrência da chuva forte da última quinta-feira (3) o que eles mais precisam, neste momento, é água mineral.

Segundo o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, 12 mil pessoas estão sem água em Xerém. Ele informou que o rompimento parcial da adutora do local comprometeu o abastecimento.

Horror
A dona de casa Cleonice Silva conta os momentos de horror que passou durante a tempestade. “Eu estava dormindo. Meu neto viu, me acordou e me levou lá para cima.A água foi me arrastando com aquele peso”, contou.

Parte da principal ponte de Xerém, no bairro Café Torrado, foi destruída pela força da enxurrada e, no domingo, máquinas trabalhavam para recuperar a via. As obras devem seguir até quarta-feira (9), segundo a prefeitura. Enquanto o acesso não está liberado, moradores se arriscam tentando atravessar o rio Cachoeira de Xerém.

Documentos

Um mutirão da Secretaria Municipal de Assistência Social está fazendo, gratuitamente, a emissão de documentos de identidade e certidões de nascimento e casamento para aqueles que perderam tudo na enxurrada.

A Prefeitura de Duque de Caxias informou que vai solicitar ao Ministério da Integração Nacional o pagamento de aluguel social para, pelo menos, 150 famílias atingidas, no valor de R$ 550 a R$ 600.

Fonte: G1





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