Arco propõe uma virada em Duque de Caxias

O anúncio feito pela Coca-Cola, há dez dias, de investir R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de bebidas no município de Duque de Caxias ratifica a importância do Arco Metropolitano da cidade do Rio de Janeiro para toda a região. Após sucessivos adiamentos, a previsão de entrega do trecho principal — 71 quilômetros entre Itaguaí e Duque de Caxias — deverá ocorrer em dezembro. O trajeto, com 145 quilômetros, se estenderá até a cidade de Itaboraí, completando um dos principais eixos rodoviários do estado de São Paulo.

A nova estrada vai reduzir os custos de transporte de cargas em percentuais que variam de 2,5% a 20%, minimizando o tráfego de caminhões em eixos viários como a Avenida Brasil e a Ponte Rio-Niterói. Facilitará ainda o acesso ao porto de Itaguaí.

De olho nesta expectativa, a região está no foco dos investimentos de gigantes como Petrobras, CSN, Gerdau, LLX e na outra ponta, a instalação do Comperj.

Em nota, o presidente da Coca-Cola Andina Brasil, Renato Barbosa, destacou que “a escolha do município de Duque de Caxias se deu por conta de sua localização estratégica, a 8 km do Arco Rodoviário Metropolitano, o que facilitará as operações logísticas”. A nova unidade vai gerar 2,2 mil empregos diretos e cerca de 8 mil indiretos. Já em 2014, começa a operar o centro de distribuição da Coca-Cola na região.

Ao custo de R$ 1, 1 bilhão e dividida em quatro segmentos, a obra teve início em junho de 2008. O objetivo da construção é interligar os principais eixos rodoviários que convergem para a cidade do Rio de Janeiro e atravessam a Baixada Fluminense: BR-101 Sul (Rio-Santos), BR-116 Sul (Rodovia Presidente Dutra), BR-040 (Rio-Juiz de Fora), BR-116 Norte (Rio-Bahia) e BR-101 Norte (Rio-Espírito Santo).

Área vai se tornar em um novo polo logístico

Vice-governador e coordenador de Infraestrutura do estado, Luiz Fernando Pezão diz que o Arco Metropolitano vai consolidar o Rio de Janeiro como um dos principais centros logísticos do país e gerar milhares de emprego na região. Antes mesmo da sua conclusão, municípios como Queimados, Japeri, Paracambi e Seropédica contabilizam a chegada de indústrias.

No distrito industrial de Queimados, 21 empresas já estão atuando e outras se instalando: a RHI, investimento de R$ 300 milhões e a Deca, mais R$ 120 milhões, por exemplo. Já a Procter & Gamble optou por nova unidade em Seropédica, assim como a instalação da térmica da Petrobras e da Coquepar. Investimentos de R$ 2,2 bilhões.





Municípios devem ter planos diretores

Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Julio Bueno destaca que os municípios devem elaborar os planos diretores para que a ocupação da região ocorra de forma ordenada. Ele lembra que municípios carentes têm o benefício de redução do ICMS de 19% para 2% para atração de empresas. “Para os municípios que não são beneficiados pela Lei 5.636 temos outros incentivos fiscais”, diz.

O economista da UFRJ, professor Mauro Osório, especialista em desenvolvimento regional, lembra que a região ainda é muito carente de empregos de boa qualidade e, por isso, alerta que a rodovia deve se transformar em um eixo de transporte de cargas, “tornando-se um elo com o terminal de contêineres de Itaguaí”.

O município, por sinal, é um dos que mais absorvem o impacto com a construção do Arco. Ali estão os terminais portuários da Petrobras, Gerdau, CSN e Usiminas, além do porto da LLX e o estaleiro da Marinha.

Uma segunda zona de impacto ocorrerá com a consolidação do polo gás-químico em torno da Reduc, em Caxias. Isso, sem falar na expansão do polo tecnológico na Ilha do Fundão, e o complexo de cosméticos, em Nova Iguaçu.

CHANCES PARA PRESTADOR DE SERVIÇO

Especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Júlia Nicolau Butter afirma que são inúmeras as oportunidades de negócios e setores que podem se beneficiar com a implantação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Ele alerta, no entanto, que os investidores não se instalam apenas por conta dos benefícios fiscais, que são importantes para atrair novas empresas.

“É importante preservar áreas para os grandes empreendimentos, mas também investir em infraestrutura de água, esgoto, energia, acesso à internet, destinação do lixo químico e industrial”, destaca a economista.

Júlia lembra que a Firjan finalizou o estudo “Visões de Futuro: potencialidades e desafios para o Estado do Rio”, que prevê que a população deve saltar dos atuais 1,6 milhão para quase 4 milhões, no horizonte de 5 a 15 anos.

Assim, além das grandes indústrias, haverá expansão dos pequenos negócios como restaurantes, hotéis, supermercados na cidade de Duque de Caxias, hospitais, escolas e oficinas, entre outros prestadores de serviços. Atento a essa movimentação, o Sebrae/RJ também prepara os pequenos empreendedores para tornarem-se fornecedores locais.

Fonte: O Dia





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